Especial: Como foi a migração de cada emissora AM em São Paulo e quais estão se preparando?

Mudança histórica vem alterando o dial paulistano: emissoras de AM tradicionais vêm ganhando espaço no FM estendido e até no convencional

Por Maurício Viel

O rádio de São Paulo vive a maior transformação de sua história. Desde abril de 2021, a chamada faixa estendida do FM (FMe) — entre 76,1 e 87,3 mHz — passou a receber emissoras que, por décadas, ocuparam a faixa de AM. A mudança faz parte do processo de migração promovido pelo governo federal, que oferece às rádios melhor qualidade de áudio e mais competitividade diante de um público cada vez mais conectado.

O dial paulistano, o maior do Brasil, já conta com uma ampla presença de emissoras operando no FMe. Rádios tradicionais do AM agora dividem espaço com nomes consagrados do FM. Algumas migrantes já consolidaram suas posições; outras ainda se movimentam nos bastidores, preparando a transição.

Nesta reportagem especial — um verdadeiro dossiê — vamos mostrar, frequência por frequência, o panorama da migração das rádios AM da Grande São Paulo: quem já migrou, como foi o processo e o que esperar nos próximos meses.

  • 560 kHz - A Guardiã da Notícia: A Rádio Paulista, que hoje opera como A Guardiã da Notícia, deverá estrear no dial do FMe nos próximos meses, na frequência de 82,3 mHz. A emissora vem divulgando a futura sintonia, mas sempre com a promessa de que a novidade chegará "em breve". Atualmente, o processo está aguardando autorização para a instalação do transmissor na Serra do Itapeti, em Mogi das Cruzes. Com perfil voltado ao jornalismo regional, a programação prioriza a cobertura de fatos e temas do Grande ABC, Alto Tietê e Litoral Norte, abrindo ainda espaço para playlists com música internacional. A Guardiã da Notícia assumiu a programação dos 560 kHz há um ano, em setembro de 2024, após o encerramento do contrato com a Igreja Deus é Amor, que arrendou a emissora por décadas. A AM 560 foi uma emissora originalmente pertencente à Rádio e Televisão Campestre Ltda., com sede na cidade de Santa Isabel, na Região Metropolitana de São Paulo. Ela entrou no ar ocupando a frequência da Rádio Tupi, do grupo dos Diários Associados, que teve sua falência decretada dias antes, em 2 de outubro de 1984. Em 1999, a AM 560 foi comprada pelo ex-governador José Maria Marin e passou a ser chamada de Rádio Paulista, com estúdios na Av. Paulista. Também retransmitiu a programação da Rede Boa Vontade de Rádio. Marin faleceu recentemente e a AM 560 segue sob o controle de seus herdeiros. Seu transmissor de AM está localizado às margens do Rodoanel Mário Covas, no município de Itaquaquecetuba.

  • 620 kHz - Classic Pan: A Rádio Jovem Pan News, do Grupo Jovem Pan, iniciou sua operação migrante no FM estendido (76,7 mHz) em 3 de abril de 2023. Poucos meses depois, em 7 de setembro, a emissora promoveu uma mudança polêmica: substituiu o tradicional formato jornalístico, marca octogenária da rede, pelo projeto musical Classic Pan, voltado ao gênero adulto-contemporâneo. Desde então, vem consolidando sua presença na faixa estendida de São Paulo e expandindo o modelo por meio de afiliadas em outras regiões do país. A programação da Classic Pan passou recentemente a contar com horários com locução ao vivo e maior volume de publicidade comercial, sinais de estabilidade no novo formato. Já a antiga frequência AM 620 kHz, que vinha transmitindo em simulcast o mesmo conteúdo, foi desligada definitivamente em agosto de 2024. A Região Metropolitana de São Paulo permanece sem acesso à Jovem Pan News pelo rádio, mas continua disponível em outras praças, como Campinas (SP), Brasília (DF) e Florianópolis (SC). O Grupo Jovem Pan teve papel especial na história do FM estendido no Brasil. Em agosto de 2014, a então Jovem Pan AM realizou os primeiros testes de transmissão no FMe, sob supervisão do diretor do Comitê Técnico da AESP - Associação das Emissoras Rádio e Televisão do Estado de São Paulo, o engenheiro Eduardo Cappia, referência no setor de radiodifusão. As transmissões ocorreram em 84,7 mHz, com potência inicial de 200 watts, depois ampliada para 1 kW, a partir da sede da emissora na Av. Paulista, em São Paulo. O objetivo era avaliar a propagação do sinal e identificar possíveis interferências. Os resultados mostraram cobertura satisfatória — cerca de 10 km — e ausência de problemas técnicos relevantes, confirmando a viabilidade da faixa. Essa iniciativa da Jovem Pan, liderada por Eduardo Cappia, tornou-se um marco e abriu caminho para a regulamentação do FM estendido e para a atual política de migração das emissoras de Ondas Médias para a nova faixa.

  • 660 kHz - Rádio Terra: Também com origem no município de Santa Isabel, transmitia a partir de Guarulhos, mas com estúdios na Av. Paulista, em São Paulo. A emissora faz parte do portfólio do Grupo Mundial de Comunicação e, nos últimos anos vinha retransmitindo a programação da Rádio Vibe Mundial FM 95,7. Em dezembro de 2022, entrou no ar a estação migrante, em FM 83,1 mHz, com sinal irradiado a partir da cidade de Arujá. Pouco depois, em fevereiro de 2024, o Grupo Mundial vislumbrou a oportunidade para pleitear uma alteração na frequência, desta vez migrando para a cobiçada — e saturada — faixa convencional de FM, em 98,1 mHz. A movimentação, embora enfraqueça a consolidação do FM estendido, visou garantir maior visibilidade no dial. Com a nova troca de frequência, a Vibe Mundial deu lugar à Rádio Apolo, que operou em simulcast no AM 660 e no FM 98,1, com proposta jovem, focada em pop internacional, mas abrindo espaço para soft music, eletrônica e até K-pop. Entretanto, no início de dezembro de 2024, uma reconfiguração dentro do grupo mudou novamente o cenário: a tradicional Rádio Terra AM 1330 kHz, de Osasco, retomou sua marca original — Rádio Iguatemi — e o projeto da Rádio Terra ganhou uma nova gestão artística e foi transferido para as frequências AM 660 e FM 98,1. Pouco depois, em dezembro de 2024, as operações em AM 660 kHz foram encerradas e a Terra FM 98,1 segue consolidando sua proposta como "A Casa da Música Sertaneja", com ênfase no sertanejo raiz, mantendo viva a tradição de rádios populares do Grupo Mundial.

  • 700 kHz - Nossa Rádio: A antiga Rádio Eldorado mantém atualmente uma parceria com a Igreja Internacional da Graça de Deus, que atualmente controla a emissora e transmite a programação religiosa da Nossa Rádio. A Eldorado pertence originalmente ao Grupo O Estado de São Paulo e, embora exista um canal reservado para a sua migração no FMe — os 82,7 mHz —, até o momento não há qualquer movimentação ou anúncio sobre o início desse processo. Vale lembrar que a Nossa Rádio já possui presença consolidada no FM convencional, transmitindo nos 106,9 mHz da Ômega FM, operação viabilizada por meio de arrendamento com outro grupo de mídia. Este fato pode explicar o motivo de o "Grupo Estado" ainda não sequer ter iniciado o processo de migração para o FMe. Enquanto isso, o sinal da AM 700 kHz segue irradiando do município de São Caetano do Sul, na divisa com São Paulo. A Rádio Eldorado AM 700 kHz foi fundada pelo "Estadão" em janeiro de 1958, focada em música, notícias e prestação de serviços. Devido à crise no setor de mídia, as operações da Eldorado AM se encerraram em maio de 2015 e alguns de seus jornalísticos migraram para a Eldorado FM, que hoje opera em uma frequência arrendada, os 107,3 mHz.

  • 730 kHz - Rádio Cidade de Jundiaí: Esta emissora não está inserida na Região Metropolitana de São Paulo, mas no município de Jundiaí, localizado a 57 km da Capital. Apesar da distância, o sinal de 730 kHz, com 10 kw de potência, tem boa recepção em algumas áreas da Capital e em municípios vizinhos. Isso ocorre mesmo que a emissora opere em uma frequência adjacente à da Rádio Trianon, emissora que transmite de São Paulo. Para minimizar interferências, foram adotadas medidas técnicas nos equipamentos de transmissão de ambas as estações, garantindo que os conflitos sejam mínimos. No processo de migração do AM para o FM, a Rádio Cidade de Jundiaí foi autorizada a operar em 81,7 mHz, na faixa estendida, com Classe A1, o que lhe permitirá cobrir não apenas a região de origem, mas também diversas áreas da Grande São Paulo. Atualmente, a emissora aguarda a autorização do local para instalar o parque de transmissão. A grade de programação da Rádio Cidade conta com noticiários, esportes, além de blocos musicais, programas de variedades e participação de ouvintes em pautas de interesse público. A emissora foi fundada em 1957.

  • 740 kHz - Rádio Trianon: Integra o Grupo Mix de Comunicação, o mesmo que controla a Mix FM 106,3 em São Paulo e as emissoras de televisão RBI e CBI, "braço" do Sistema Educacional Unip/Objetivo. A concessão da Trianon está vinculada ao município de Santo André e a frequência reservada para a migração ao FM estendido é 80,3 mHz. Os primeiros trâmites administrativos junto ao Ministério das Comunicações foram iniciados recentemente e a emissora aguarda a aprovação do local de transmissão, proposto para uma colina de elevada altitude na periferia de Santo André. Dessa forma, ao menos inicialmente, o grupo pretende instalar o sistema de transmissão da migrante em sua cidade de origem, ao invés de tentar licenciá-lo em São Paulo — alternativa que exigiria cifras milionárias para adaptação da outorga, mesmo dispondo de uma grande torre na capital. Vale destacar que o sinal de AM da Trianon não é irradiado a partir de Santo André, mas de uma área situada no "pé" da Serra da Cantareira, na Zona Norte paulistana. A origem da rádio remonta ao início da década de 1950, fundada como Rádio Clube de Santo André - 1490 kHz, a primeira emissora da região do ABC paulista. Em outubro de 1992, o Grupo Mix adquiriu a emissora e fundou a Rádio Trianon que, atualmente, oferece uma grade variada, composta por jornalismo, debates, prestação de serviços, boa música, atrações culturais e entretenimento. Um de seus diferenciais é a forte ligação com a comunidade portuguesa em São Paulo, com programas voltados à música, cultura e notícias de Portugal, além de conteúdo direcionado à terceira idade e ao cotidiano da metrópole. Sua sede está localizada na Av. Paulista, 900, no edifício da Fundação Cásper Líbero.

  • 780 KHz - Rádio Excelsior/CBN: Atualmente, a emissora opera apenas em FM 90,5 MHz, em São Paulo. A Rádio Excelsior e, posteriormente, a CBN transmitiram por muitos anos em AM 780 kHz, frequência oficialmente desativada em setembro de 2018, conforme decisão do Sistema Globo de Rádio, controlador da estação. Como a CBN já dispunha de canal em FM, não havia interesse em solicitar a migração da concessão de AM para o dial estendido. A Rádio Excelsior foi inaugurada em 11 de novembro de 1934 por Paulo Machado de Carvalho, em 1100 kHz (canal exclusivo na América do Sul), com sede na Praça da República (junto com a Rádio Record) e transmissões a partir do bairro da Cidade Jardim. Em 1936, recebeu autorização para operar com alta potência (100 kW). A Excelsior foi adquirida em 1952 pela Organização Victor Costa (OVC), que promoveu a troca de frequências com a Rádio Nacional de São Paulo, também da OVC — e a Excelsior passou a operar em 670 kHz, enquanto os estratégicos 1100 kHz ficaram com a Nacional. Nesse período, a emissora retomou a veiculação musical e esportiva. Em 1966, as Organizações Globo compraram as empresas de comunicação da OVC, incluindo a Excelsior. Sob o comando do Sistema Globo de Rádio, em 1968 a emissora foi reformulada e direcionada a um público jovem, adotando o famoso slogan “Viaje com a Excelsior, a Máquina do Som”. Essa fase destacou-se pela execução de lançamentos da música pop e disco, além da intensa participação dos ouvintes por cartas e telefone. No final dos anos 1980 e início dos 1990, a Excelsior passou por uma transição de perfil, reduzindo o espaço para música e ampliando o jornalismo. Em outubro de 1991, a estação deixou de existir em sua configuração original e foi substituída pela Rádio CBN São Paulo, primeiro projeto all-news (24 horas de jornalismo) do Sistema Globo de Rádio. Com o encerramento definitivo da CBN em AM 780, em 2018, a Rádio América solicitou o uso da frequência, buscando assegurar melhores condições técnicas na futura migração ao FM, já que em sua antiga posição (1410 kHz) a equivalência regulatória previa a menor classe de potência.

  • 780/1410 kHz - Rádio Canção Nova: A octogenária Rádio América de São Paulo deixou de existir artisticamente em 5 de setembro de 2025, data em que foi inaugurada sua estação migrante no FMe, em 85,9 mHz. Com a mudança, a marca histórica da Rádio América foi oficialmente substituída por Rádio Canção Nova FM, alinhando a identidade da emissora ao grupo religioso que a controla. O sinal em AM — hoje em 780 kHz, mas outrora em 1410 kHz — segue no ar apenas em caráter transitório, devendo ser desligado muito em breve, marcando o fim definitivo de uma das operações mais tradicionais do dial paulistano.

  • 840 kHz - Rádio Bandeirantes: A migrante da Rádio Bandeirantes no FM estendido está no ar desde julho de 2022, em 86,3 MHz, com irradiação a partir da torre do grupo localizada na região da Av. Paulista. A tradicional frequência em Ondas Médias foi desligada em agosto de 2024. O processo de saída do AM começou ainda em 1999, quando a Bandeirantes passou a transmitir em FM 90,9 MHz em regime de simulcast com a AM, marcando o início da transição. Reconhecida como uma das emissoras jornalísticas mais tradicionais do país, a Rádio Bandeirantes mantém perfil all news, com ênfase na informação de credibilidade. Sua programação combina noticiários, entrevistas, análises e transmissões esportivas, com destaque para a cobertura política e econômica de São Paulo e do Brasil. A emissora foi inaugurada em maio de 1937, como PRH-9 Rádio Bandeirantes, em 840 kHz, com sede na Rua São Bento (Centro de São Paulo) e transmissor instalado na Vila Vera, às margens do trecho urbano da Rodovia Anchieta. Originalmente, fazia parte das Emissoras Unidas, de Paulo Machado de Carvalho, e foi adquirida por Jorge João Saad em 1948, permanecendo sob controle da família até os dias atuais.

  • 890 kHz - Rádio Gazeta: A Fundação Cásper Líbero, mantenedora da Rádio Gazeta AM 890, decidiu não aderir ao processo de migração para o FM, já que encerrou de forma definitiva suas transmissões pelo dial. Atualmente, a Gazeta mantém as atividades apenas pela internet, com uma proposta de programação educacional e formativa, vinculada à Faculdade Cásper Líbero. A trajetória da Rádio Gazeta remonta à Rádio Educadora Paulista, fundada em 1924, considerada a primeira emissora de São Paulo, comprada pelo empresário e jornalista Cásper Líbero em 1943, que no mesmo ano fundou a PRA-6 Rádio Gazeta. Esse marco confere à Gazeta um legado pioneiro na radiodifusão brasileira — ainda que, hoje, sua atuação esteja restrita ao ambiente digital. No início do processo de migração do AM para o FM, o Ministério das Comunicações chegou a reservar a frequência de 78,7 mHz para a emissora do saudoso Cásper Líbero. Com a desistência da fundação, essa frequência permanecerá disponível para futura destinação.

  • 920 kHz - A empresa Sistema São Paulo de Comunicação, controlada pelo Grupo GC2, vive uma situação peculiar no dial. Após o rompimento de longo contrato de arrendamento com o segmento religioso, em setembro de 2023, quando operava como Rádio Nacional Gospel, a emissora segue transmitindo a partir de Cotia, sua cidade de origem, mas sem nome e sem projeto artístico definidos. Atualmente, a programação se resume a sequências musicais instrumentais de domínio público, sem locução, o que caracteriza um período de transição e espera. A expectativa é que, com a efetiva migração para o FM 76,1 mHz, seja lançado um novo projeto próprio ou concretizado um novo arrendamento. Chegou a haver tentativas para que fosse autorizada a transferência da futura operação de Cotia para a Av. Paulista, em São Paulo, mas os pedidos foram negados. Ainda assim, não se descarta a possibilidade de novas investidas nesse sentido. O portfólio do Grupo GC2 também controla marcas expressivas do rádio paulistano: 89 FM, Alpha FM, Nativa FM e Rede Transamérica.

  • 960 kHz - Rede Aleluia: A Rádio São Paulo, integrante da Rede Aleluia de Rádio, encerrou em definitivo sua operação no AM 960 em outubro de 2022, logo após iniciar, semanas antes, as transmissões de sua estação migrante no FM 79,5 mHz, irradiada a partir da Av. Paulista. O grupo empresarial responsável pela emissora, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, também controla a frequência FM 99,5 mHz de São Paulo, que opera em rede com a 79,5. Há quem avalie não fazer sentido manter a mesma programação no FM convencional e no FM estendido em uma mesma região. No passado, a AM 960 pertencia ao Grupo Bandeirantes, e operava como Rádio Jornal de São Paulo, fundada como Rádio Cometa no ano de 1958.

  • 1000 kHz - Rádio Record: A emissora mais antiga de São Paulo ainda em operação — com 97 anos de história — vem reforçando nos últimos meses a divulgação de sua futura migração para o FM 77,1 mHz, por meio de chamadas institucionais e inserções ao vivo. Apesar da expectativa gerada, a montagem da estrutura técnica ainda não começou, mas a previsão é de que ocorra ainda no final de 2025, na torre da TV Record, na Av. Paulista. Enquanto isso, a emissora segue no ar com sua grade tradicional, controlada pela Igreja Universal do Reino de Deus, que combina programação musical popular e entretenimento, mas também conteúdo de cunho religioso. Entre os destaques, está o "Manhã Record No Ar", programa de variedades apresentado por Léo Miranda. A futura estação migrante terá um destaque técnico: com Classe E2, poderá operar com 45 kW de potência no transmissor, alcançando uma impressionante potência efetiva irradiada de 181 kW, uma das emissoras mais potentes de São Paulo. Há um clima de incertezas sobre os rumos da programação da Record quando ela iniciar suas operações em FM. Ter uma das maiores potências do dial paulistano levanta expectativas para a estreia de um novo projeto, mais competitivo e alinhado às grandes rádios de variedades e jornalismo. Ou a Record seguirá apostando no formato atual, refletindo a linha filosófica da Igreja Universal? É um momento decisivo para a emissora disputar mercado e audiência em pé de igualdade com outras potências do dial ou continuar voltada a um público mais segmentado, mantendo a tradição de sua grade atual. A Rádio Record surgiu em 1928, dirigida pelo proprietário de uma loja de discos do centro de São Paulo, a Casa Record. Três anos depois, a emissora foi comprada pelo empresário e advogado Paulo Machado de Carvalho e por outros dois sócios, que a transformou em uma grandiosa e importante emissora para São Paulo. Em 1990, a Rádio e TV Record, então sociedade entre Paulo Machado de Carvalho e Sílvio Santos, foram vendidas para a Igreja Universal do Reino de Deus. 

  • 1040 kHz - Rádio Capital: Figura entre as pioneiras na migração para o FM estendido no Brasil, tendo colocado no ar sua emissora em 77,5 mHz já no primeiro dia de operações experimentais, em 7 de maio de 2021. Atualmente, transmite a partir de uma antena instalada em sua própria sede, no bairro do Paraíso, após um período em que irradiou do Pico do Jaraguá, na Zona Oeste da capital. Sua programação é marcada pela diversidade, combinando música popular, jornalismo, interatividade, esportes e religião, sempre com destaque para comunicadores regionais, artistas e pautas ligadas ao cotidiano urbano. Enquanto isso, a tradicional frequência em AM 1040 kHz continua no ar, com desligamento previsto apenas para 2026, prazo final da transição definido pelo governo federal. Seja por contenção de despesas ou por outra decisão estratégica, transmitir em FM a partir de sua sede não garante um alcance de sinal satisfatório em áreas mais afastadas, o que representa um grande desafio para a consolidação no novo dial. A emissora surgiu em 1975, como Rádio Novo Mundo AM 930 kHz, mudando para 560 e finalmente 1040 kHz. Sua sede ficava na esquina da Rua da Consolação com a Av. Paulista. Em 1978, foi comprada pela Rede Capital de Comunicações, que instalou a emissora na Av. 9 de Julho e a transformou em uma das principais emissoras do país.

  • 1070 kHz - Rádio Metropolitana: A emissora de Mogi das Cruzes tem programação 100% local. Foi fundada em 1961 pelo Grupo Sanzone, atualmente sob a direção de Silvio e Jayr Edson Sanzone. Sua programação reúne música popular, sertaneja, sucessos atuais e cobertura esportiva, sempre marcada por um forte jornalismo de serviço e comunitário, o que a consolidou como referência no Alto Tietê. Com alcance que cobre mais de 11 municípios e chega a uma população estimada em 2,5 milhões de habitantes, a Metropolitana é líder regional de audiência e mantém um elo direto com o dia a dia de sua comunidade. O Ministério das Comunicações já definiu que sua frequência migrante no FMe será 78,3 mHz, com Classe A3 de potência, o que deve garantir cobertura robusta em toda a Região Metropolitana de São Paulo. No entanto, a emissora ainda não sinalizou intenção de efetivar a migração a curto prazo. Vale destacar que o grupo também controla a FM 92,1 mHz de Mogi das Cruzes, hoje arrendada para a Feliz FM. Seu sinal é irradiado a partir da Serra do Itapeti, um dos pontos de maior altitude e alcance em Mogi das Cruzes e região. Essa infraestrutura já disponível gera a expectativa de que a futura Rádio Metropolitana de Mogi das Cruzes FM 78,3 venha a ser irradiada a partir do mesmo local, passando a levar a mensagem de Mogi das Cruzes a toda Região Metropolitana e fortalecendo sua presença histórica no rádio paulista.

  • 1100 kHz - Rádio Globo: Uma das mais tradicionais emissoras do país, desempenhou papel fundamental na comunicação e no entretenimento da capital paulista. Por décadas, sua programação uniu jornalismo, esportes e atrações populares, tornando-se referência sobretudo pelas transmissões de futebol, além de programas de auditório, variedades e música voltada ao grande público. Uma nova fase da emissora foi implantada em 2017, com grande entusiasmo pelo Sistema Globo de Rádio, onde um projeto em rede nacional foi criado para reposicionar a marca. Gerado no Rio de Janeiro, o objetivo era investir em uma programação de variedades, informação, música popular contemporânea e a participação de celebridades da TV Globo, como forma de atrair a audiência. Em 15 de julho, a Globo lançou oficialmente a nova grade, que trouxe nomes como Otaviano Costa e Adriane Galisteu à frente de programas de variedades. Como parte desse movimento, a Rádio Globo estreou no FM 94,1 mHz de São Paulo, frequência arrendada da Rádio Atual. Dois anos depois, em julho de 2019, no entanto, o Sistema Globo de Rádio abandonou o projeto deficitário e as emissoras da rede entraram em uma espécie de "processo paliativo", antevendo o fim da Rádio Globo. Entrou no ar uma grade essencialmente musical, voltada para funk, sertanejo e pagode, mas ainda mantendo as tradicionais transmissões de futebol. Já a histórica frequência em AM 1100 kHz foi desativada em 3 de fevereiro de 2020 e, poucos meses depois, no dia 1º de junho, também chegava ao fim o arrendamento da FM 94,1 FM, decretando o encerramento da Rádio Globo em São Paulo, iniciada como Rádio Nacional de São Paulo, 68 anos antes. As outras emissoras da rede pelo país também encerraram suas atividades, restando somente a geradora carioca. A Globo São Paulo, que marcou gerações e revolucionou a cobertura esportiva nas décadas de 1970, 80 e 90 com a equipe de Osmar Santos, não conseguiu sustentar sua audiência diante das constantes mudanças entre formatos populares e elitizados, o que confundiu ouvintes e afastou patrocinadores. A aposta em celebridades da TV também não rendeu os resultados esperados. A emissora terminou seus dias como uma “caixinha de músicas”, tocando em grande parte do tempo pagode e funk — muito distante de sua era de ouro no rádio paulistano. Portanto, sem projetos futuros, a Rádio Globo deixou de existir em São Paulo sem ter solicitado a migração para o FM. Para os amantes do rádio, restou a decepção de assistir a uma das maiores emissoras do país abandonar seu formato popular de sucesso em busca de um modelo mais moderno e, no fim, desaparecer de um mercado tão promissor quanto o de São Paulo.

  • 1150 kHz – Super Rádio: Uma das principais emissoras da Rede Mundial de Comunicações, está entre as poucas emissoras que ainda preservam o tradicional modelo de rádio AM com forte apelo popular. Mantém sua transmissão em AM 1150 kHz e, ao mesmo tempo, opera com sua migrante no FM 80,7 mHz, a partir da Av. Paulista. A programação da Super Rádio mescla música brasileira, entretenimento, jornalismo regional, esportes e programas locais, sempre com grande interatividade junto aos ouvintes. Entre os destaques da grade estão nomes como Kaká Siqueira e Rony Magrini. Também há espaço para religiosidade, com o padre Marcelo Rossi. A Super Rádio foi fundada em São Caetano do Sul, no ano de 1958, como Rádio Cacique. Foi comprada pelo empresário Paulo de Abreu em 1981, que a transferiu para a Vila Guilherme, em São Paulo, e a chamou de Rádio Difusora do Brasil. Em outubro de 1985, ela foi denominada como Super Rádio Tupi, o mesmo nome da rádio dos Diários Associados que foi fechada pelo governo no ano anterior. Atualmente, segue operando em AM do mesmo local, apenas como Super Rádio. Recentemente, a emissora também passou a ser sintonizada em FM 102,1 mHz, sinal com boa cobertura, gerado em Arujá.

  • 1200 kHz - Rádio Cultura Brasil: Emissora da Fundação Padre Anchieta, a Rádio Cultura Brasil estreou no FM em 7 de maio de 2021, junto com o lançamento oficial da faixa estendida, mantendo ativa até hoje sua tradicional sintonia em AM 1200 kHz. A grade de programação é inteiramente dedicada à valorização da música brasileira, com destaque para samba, choro, MPB, música regional e novos talentos. Também integra à sua programação debates, entrevistas e produções especiais que contextualizam a cena musical nacional. Reconhecida como uma das maiores referências em cultura e educação no rádio brasileiro, a emissora transmite em 77,9 mHz a partir da torre da Fundação, no bairro do Sumaré, enquanto o sinal em AM segue irradiado das margens da Represa de Guarapiranga, na Zona Sul de São Paulo. A história da Rádio Cultura é, por si só, um capítulo à parte. Tudo começou como uma brincadeira em 1933, idealizada por um grupo de amigos adolescentes liderados por dois filhos de Olavo Fontoura, fabricante do Biotônico Fontoura. A estação, montada em uma garagem residencial, próxima da Av. Paulista, teve tamanha repercussão que, no ano seguinte, foi solicitada uma concessão ao governo federal. Assim nasceu a PRE-4 Rádio Cultura de São Paulo – A Voz do Espaço, operando em 1340 kHz. Em 1958, a emissora foi adquirida por Assis Chateaubriand, dos Diários Associados, e vendida em 1967 ao governo do estado de São Paulo, juntamente com a TV Cultura – Canal 2. Desde então, passou a ser operada pela Fundação Padre Anchieta. A Rádio Cultura também detém um marco histórico: em 1947, foi responsável pela primeira transmissão oficial de FM no Brasil, utilizando a frequência de 88,9 mHz. O objetivo inicial era estabelecer um canal de alta qualidade entre os estúdios e os transmissores, substituindo os enlaces via telefone. Embora a transmissão ainda não fosse estéreo, a estação convidava ouvintes com receptores FM — raros e caros na época — a sintonizar sua programação com mais fidelidade sonora.

  • 1230 kHz - Rádio Atual: A Rádio Atual adota perfil de programação eclética e popular, com foco em música nordestina e sucessos variados, dialogando com um público amplo da Grande São Paulo. Voltou ao ar em 2024, após 17 anos de interrupção. Hoje opera em simulcast nas frequências AM 1230 kHz e FM 94,1 mHz, ambas pertencentes à empresa Rádio Difusora Atual Ltda., administrada pelos herdeiros de seu fundador, o ex-deputado José Masci de Abreu, falecido em 2022. Mesmo com duas frequências ativas (AM e FM), a Atual optou recentemente por solicitar a adaptação da outorga da AM 1230 para o FM. A assinatura do termo aditivo com o governo federal ocorreu em junho de 2025, garantindo a frequência de 83,5 mHz no FM estendido (FM-e). Até o momento, porém, a emissora ainda não deu entrada nos trâmites burocráticos junto ao Ministério das Comunicações. A Rádio Atual foi fundada em 1990, por José de Abreu, operando em AM 1370 por meio de uma sociedade com o empresário e ex-deputado José de Camargo. Estúdios e transmissores foram instalados no bairro do Limão, às margens da Marginal Tietê, onde, devido ao sucesso da rádio junto aos migrantes nordestinos, posteriormente foi fundado o CTN - Centro de Tradições Nordestinas. Em 2001, a Rádio Atual conquistou uma emissora própria, na frequência de 1230 kHz, cuja história é bem complexa. Ela se inicia em 1948, com o surgimento da Rádio Difusora de Iguape AM 750 kHz, no longínquo Vale do Ribeira. Anos depois, ela foi transferida para a cidade de Registro e, após ser adquirida por Olavo Molina, personalidade do rádio paulistano, obteve concessão para instalar uma filial em São Paulo. A nova emissora entrou no ar em 1960, operando como ZYR-212 Rádio Industrial Paulista AM 1370 kHz, veiculando programação independente de Registro, com destaque para a música jovem, um programa para a comunidade portuguesa e até uma radionovela. O transmissor ficava no então Distrito de Osasco (depois mudado para o bairro Alto de Pinheiros), enquanto os estúdios funcionavam na Rua Butantã, 128, em Pinheiros. Os anunciantes eram, em sua maioria, do comércio local de Pinheiros. Em 1969, a emissora foi vendida ao radialista Koei Okuhara, ex-proprietário da “nipônica” Rádio Santo Amaro AM 730, que novamente proporcionou uma programação dedicada à comunidade japonesa em São Paulo. No entanto, poucos meses depois, Koei faleceu em um acidente e, ato contínuo, sua filha vendeu a rádio à família Abreu, já atuante no setor. Sob a direção de José e Paulo de Abreu, a AM 1370 entrou em uma nova fase logo depois, em janeiro de 1970, agora com o nome de Rádio Apolo. A sede da emissora foi montada em um edifício da Praça Oswaldo Cruz, bairro do Paraíso, e o transmissor instalado em terreno do bairro do Limão, onde hoje funcionam a própria Rádio Atual e o CTN. A Apolo conquistou audiência com transmissões de turfe e programas de música jovem, mas sua trajetória foi interrompida em 11 de março de 1974, quando o Dentel, por ordem do presidente Médici, cassou as duas concessões da Difusora de Iguape (Registro e São Paulo). Segundo o jornal Folha de São Paulo, o governo decretou a extinção da concessão da Difusora de Iguape por temer que a filial de Registro fosse tomada pela guerrilha de esquerda. Duas décadas depois, após longos processos judiciais, os proprietários conseguiram reaver suas outorgas e a Difusora de Iguape voltou ao ar em São Paulo no ano de 1999, agora sob a razão social Sistema Atual de Radiodifusão e o nome fantasia de Rádio Apolo AM. As operações foram feitas na nova frequência de AM 1230 kHz, com estrutura montada novamente junto ao CTN. Não há informações sobre a programação veiculada nesta época. Em 2001, a Rádio Atual saiu dos 1370 kHz e migrou para sua própria estação, em 1230 kHz. Posteriormente, ela também obteve êxito em reativar uma operação de FM que utilizava até sua cassação, em 106,5 mHz, por onde se estabelecia o enlace técnico entre estúdio e transmissor (link). Quando a emissora foi cassada, em 1974, já tramitava um pedido para converter os 106,5 mHz em operação broadcast — prática estimulada pelo governo e que ajudou a popularizar o FM. Como a frequência estava indisponível durante o desenrolar dos processos judiciais, a rádio obteve os 94,1 mHz, emissora que entrou no ar em 1996, como Rádio Apolo FM. A sede ficava na Av. Paulista, 2200, edifício onde funcionam as emissoras do então grupo CBS - Comunicações Brasil Sat, de Paulo Abreu, hoje Grupo Mundial de Comunicações. Dois anos depois, o sistema irradiante da 94,1 foi transferido para um prédio na esquina da Rua da Consolação com a Av. Paulista, onde está até hoje. Nesta época, a emissora alugou seus horários para a Igreja Pentecostal Deus é Amor. Em 2008, a Rádio Atual suspendeu suas atividades e arrendou a frequência AM para a Super Rede Boa Vontade de Rádio. Esse contrato se encerrou em outubro de 2023, quando a Atual foi reativada. Desta vez, ela também ocupou sua operação em FM 94,1 MHz, que, durante parte desse período de hiato, foi arrendada a outros projetos, abrigando sucessivamente as programações da Oi FM, da Rede do Verão, da Bradesco Esportes FM, da Rádio Globo e, por fim, da Nossa Rádio.

  • 1260 kHz - Super Rede Boa Vontade de Rádio: A frequência 1260 kHz, uma das mais tradicionais do rádio paulistano, teve sua operação em AM oficialmente encerrada em 8 de setembro de 2025, marcando o fim de uma longa trajetória iniciada nos anos 1950. Desde março de 2023, a emissora transmite em FM 84,3 mHz, com sinal irradiado da torre da Rádio Musical FM, na Av. Dr. Arnaldo, no Sumarezinho. Em fevereiro de 2025, a emissora transferiu seus equipamentos de FM para a torre do Edifício Asahi, na Av. Paulista, onde também operam as TVs Boa Vontade, Aparecida e TVT — estrutura que ampliou significativamente sua cobertura na capital. A história da frequência começa em maio de 1954, quando Paulo Machado de Carvalho, fundador da Rádio e TV Record, inaugurou a Rádio Santo Amaro AM 730 kHz, vinculada à Rede de Emissoras Hora Certa, com sede na Rua do Riachuelo, no centro de São Paulo. Em 1959, a emissora foi vendida aos irmãos Mário e Koei Okuhara, que dedicaram a programação à comunidade japonesa. Em 1969, o ex-diretor da TV Paulista, Roberto Montoro, comprou a estação e lançou, em 12 de maio daquele ano, a icônica Rádio Mulher, instalada na Rua Granja Julieta, 205, na Zona Sul da cidade. Com uma proposta inovadora e inédita, a rádio era totalmente produzida e apresentada por mulheres, com a programação voltada ao público feminino. Em 1976, a mudança para os 1260 kHz permitiu o aumento de potência e consolidou a Rádio Mulher como uma das experiências mais marcantes da história do rádio brasileiro. No início dos anos 1990, já descaracterizada, a Rádio Mulher foi descontinuada. O Grupo Montoro, sediado em Araraquara (SP), voltou-se então para a televisão e fundou, em 1994, a Rede Mulher de Televisão, posteriormente substituída pela Record News. Ainda nos anos 1990, a frequência 1260 kHz passou a se chamar Rádio Morada do Sol e foi arrendada à Igreja Pentecostal Deus é Amor, operando como Rádio Deus é Amor por quase 30 anos. Após o fim do contrato, a emissora anunciou que abriria espaço para novos projetos. Sem parcerias firmadas, decidiu lançar por conta própria a Rádio Nova Morada, com foco em comunicação popular, jornalismo, entretenimento e esportes, estreando em janeiro de 2022. O sinal em FM 84,3 mHz entrou em testes em fevereiro de 2023. Entretanto, o projeto Nova Morada foi perdendo força e foi interrompido no dia 8 de agosto de 2023, quando, de forma inusitada, a emissora passou a retransmitir temporariamente a Rádio Grenal FM 95,9 mHz de Porto Alegre, especializada em futebol gaúcho. Pouco depois, em 9 de outubro, teve início um novo arrendamento: a frequência passou a transmitir a Super Rede Boa Vontade de Rádio, que segue até hoje, exclusivamente pelo canal FM 84,3 mHz.

  • 1300 kHz - Rádio Universo: Em São Bernardo do Campo, a Rádio Diário do Grande ABC teve papel fundamental no fortalecimento da identidade regional. Fundada em 1957 como ZYW-5 Rádio Independência AM 1530 kHz, a emissora foi adquirida em 1970 pelo jornal Diário do Grande ABC, passando a adotar o nome que a consagrou. Em 23 de novembro de 1983, a rádio migrou para a frequência 1300 kHz, elevando sua potência para 10 kW, o que ampliou significativamente o alcance para toda a região do ABC, parte da capital paulista e cidades vizinhas. Sua programação era diversificada, mesclando MPB, sertanejo, música romântica, jornalismo de serviço e uma forte cobertura esportiva, consolidando-se como uma rádio próxima da comunidade local. O grupo também investiu no FM: em dezembro de 1982, lançou a Rádio Diário do Grande ABC FM 99,3 mHz, que se notabilizou como “a emissora das grandes orquestras” e mais tarde foi rebatizada como Scala FM. Em 1993, o Grupo Diário do Grande ABC vendeu suas emissoras. A Scala FM foi adquirida pela Igreja Universal do Reino de Deus, enquanto a Diário AM foi vendida ao pastor David Miranda, da Igreja Pentecostal Deus é Amor. A emissora passou a se chamar Rádio Universo, com estúdios transferidos para a sede da igreja, no Parque Dom Pedro II, em São Paulo. Assim, a tradicional marca Rádio Diário deixou de existir, encerrando um importante capítulo da comunicação regional. Atualmente, a frequência AM 1300 kHz segue ativa sob o nome Rádio Universo, mas sem carregar o legado editorial e comunitário que marcou sua história. A transmissão em Ondas Médias é feita do Jd. Iguatemi, distrito de São Mateus, Zona Leste de São Paulo. A Universo está em fase de tramitação documental para viabilizar sua migração para o FM, na frequência 81,1 mHz. Até o momento, porém, não houve início da montagem da estrutura técnica necessária, o que indica que o processo ainda se encontra em estágio inicial.

  • 1330 kHz - Rádio Iguatemi: Com transmissores em Osasco e estúdios na Av. Paulista, já possui autorização para migrar para o FM 79,1 mHz. No entanto, a direção da emissora, que pertence a Rede Mundial de Comunicações, vem buscando oficializar a transferência do ponto de transmissão para a Av. Paulista. Com o slogan “A rádio de um novo tempo”, a Iguatemi mantém uma programação essencialmente musical e popular, marcada por sucessos nacionais e internacionais, com espaço para sertanejo, MPB e músicas nostálgicas que atravessam gerações. O programa de destaque na programação é o “Nossa Festa” (em dois períodos), com Ricardo Liel, que mescla músicas, traduções, mensagens e dicas para o ouvinte. Com estilo leve e eclético, a emissora prioriza o entretenimento musical contínuo, trazendo ainda inserções de fé. A AM 1330 operou durante muitos anos sob a marca Rádio Terra, até que, em dezembro de 2024, o projeto foi transferido para as frequências AM 660 e FM 98,1. Com essa mudança, a AM 1330 retomou sua identidade histórica, voltando a adotar o nome original Rádio Iguatemi, resgatando uma das marcas tradicionais do rádio paulista. A trajetória da emissora iniciou em 1978, quando iniciou operações em Ondas Tropicais, na frequência de 4975 kHz. Quatro anos depois, em 1982, passou a atuar também em AM 1500 kHz, consolidando sua presença no dial paulistano. Uma curiosidade interessante é que a concessão da antiga estação de Ondas Tropicais recentemente migrou para o FM, dando origem à 96 FM (96,5 mHz), transmitindo a partir da capital paulista.

  • 1350 kHz - Rádio AD Belém: Atualmente identificada como AD FM — sigla que remete à Assembleia de Deus – Ministério do Belém —, a emissora iniciou sua trajetória em AM 1350 kHz, na cidade de Ibiúna, onde operava como Rádio Excelsior AD (sem ligação com a antiga Rádio Excelsior). Em março de 2022, migrou para o FM estendido, nos 80,9 mHz, sob o nome RBC (Rede Belém de Comunicação), passando depois a adotar a denominação Rádio AD Belém. Esse é mais um exemplo de emissora que buscou alternativas para deixar o FMe, visando ocupar espaço no FM convencional. O Ministério das Comunicações autorizou a mudança para 88,7 mHz, efetivada em setembro de 2024. Embora a justificativa incluísse o problema técnico de interferência com a Super Rádio (80,7 mHz), pelo fato de estarem em canal adjacente, fica evidente que a principal motivação foi abandonar a faixa estendida, ainda em fase de adaptação e divulgação, para usufruir da maior visibilidade do FM convencional. O sinal da AD FM é irradiado a partir de uma antena instalada no topo da antiga torre de AM, localizada em Caucaia do Alto (Cotia), próxima à divisa com Ibiúna. Já os estúdios funcionam no 9º andar da sede da Assembleia de Deus – Ministério do Belém, na Rua Dr. Fomm, 140, Belenzinho, São Paulo. O sinal de AM 1350 foi desativado pouco depois da estreia no FM estendido, encerrando definitivamente sua operação em Ondas Médias, fundada em 1998.

  • 1370 kHz - A emissora do Grupo Mundial de Comunicações tem uma trajetória marcada por sucessivas mudanças de identidade e de projetos artísticos. Iniciou as operações em 1990, como Rádio Atual, "a primeira emissora nordestina de São Paulo". Apesar de sua concessão estar vinculada à cidade de Itapevi, seus estúdios e transmissores funcionavam inicialmente no bairro do Limão, onde depois foi inaugurado o CTN - Centro de Tradições Nordestinas. Em 2001, a Rádio Atual migrou para uma frequência própria, os 1230 kHz e, com isso, a AM 1370 iniciou uma nova fase, passando a operar como Rádio Iguatemi, com estúdios na Av. Paulista. Em 2008, ganhou um novo parque de transmissão no Jardim Santa Fé, Zona Oeste de São Paulo, próximo à Rodovia Anhanguera, com sinal irradiado em alta-potência, com transmissor de 100 kW. Posteriormente, a emissora operou com outras denominações, como Rádio Apolo, Rádio Da Cidade e Rede do Coração. Até que, em 2020, segundo justificativa apresentada ao Ministério das Comunicações, o sinal foi interrompido após um grande furto no parque técnico. A direção optou por não repor os equipamentos, planejando aguardar a migração para o FM. Esse processo ocorreu em julho de 2023, quando a emissora iniciou transmissões experimentais no FM estendido (86,7 mHz), a partir da Av. Paulista, com programação da Estilo FM (também do Grupo Mundial), voltada à música adulto-contemporânea e sem locução e sem intervalos comerciais. No ano seguinte, o grupo iniciou o processo de licenciamento definitivo e, em mais uma tentativa de deixar o FM estendido e migrar para o dial convencional, obteve autorização para operar “e se apertar” em 99,1 mHz, desde que a transmissão fosse feita a partir da cidade de origem da concessão (Itapevi). A mudança ocorreu em setembro de 2024, acompanhada de alteração na programação: a Estilo FM deu lugar à nova Rádio Apolo, com linha jovem. Pouco tempo depois, em 4 de novembro de 2024, a emissora passou a veicular a programação da Rádio Da Cidade, projeto já consolidado nesta e em outras emissoras do mesmo grupo, no ar até os dias atuais.

  • 1450 kHz - Rádio Boa Nova: A emissora da Fundação Espírita André Luiz é sediada em Guarulhos e está no ar desde 1963. Atualmente mantém em simulcast as operações de AM 1450 KHz e FM 85,5 mHz. A programação é inteiramente dedicada à difusão da doutrina espírita e de valores humanitários, combinando conteúdo de orientação espiritual, saúde, cultura e cidadania. As transmissões experimentais no FM estendido se iniciaram em dezembro de 2023, com antena montada no topo de uma das duas torres de AM, situadas no bairro do Picanço.

  • 1490 kHz - Rádio Imaculada: Em fase de preparação para a migração, a Rádio Imaculada planeja instalar sua nova estação irradiadora em Santo André, junto com seu sistema irradiante de Ondas Médias. A emissora pertence à Associação Milícia da Imaculada / Fundação Padre Kolbe de Rádio e Televisão e opera como geradora da Rede Imaculada, responsável pela programação transmitida em outras cidades do país. Sua grade é voltada à evangelização católica, com transmissões de missas, momentos de oração, reflexões espirituais e conteúdo de formação cristã. A migrante está prevista para entrar no ar em 2026, na frequência 81,5 mHz, com um sistema de transmissão que deve proporcionar boa cobertura na Região Metropolitana de São Paulo, superando as limitações técnicas do atual sinal em AM 1490 kHz, que não atinge com boa qualidade as áreas um pouco mais distantes. A Rádio Imaculada surgiu a partir da aquisição da antiga Rádio Mauá, em maio de 1995. Até então, a Milícia Imaculada vinha alugando alguns horários da programação da Rádio Emissora ABC AM 1570. A Rádio Imaculada de São Bernardo do Campo é hoje a geradora da Rede Imaculada de Comunicação, com afiliadas por todo o Brasil.

  • 1500 kHz - Rádio Cumbica: Pertencente ao Sistema Cumbica de Radiodifusão, a emissora é um caso de migração atípica na Grande São Paulo. Fundada em Guarulhos, no ano de 1989, a Cumbica construiu uma programação popular, com foco nos moradores dos municípios da região, chegando também à população da Zona Leste de São Paulo. Em meados de 2020, a emissora enfrentou problemas técnicos em seu parque de transmissão, que resultaram na suspensão das operações do AM 1500. Pouco tempo depois, em 15 de agosto de 2020, em uma ação incomum e nunca esclarecida, a Cumbica ativou um transmissor de FM, operando na frequência aleatória de 84,1 mHz. Nesta época, o governo ainda sequer tinha lançado a faixa de FMe no Brasil, ainda no campo preparatório. A emissora passou a se identificar como GRU FM — uma referência ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU Airport) — e seguiu no ar, divulgando que se tratava de uma fase experimental. No dia 14 de agosto, a frequência da GRU FM foi ajustada para 84.7 mHz, que de fato havia sido reservada para a migração da Rádio Cumbica na faixa estendida. Desde então, ela segue no ar com programação popular e local, baseada no arrendamento de horários, operando a partir de sua sede na Av. Timóteo Penteado, em Guarulhos. No entanto, para que a operação em FM possa ser oficialmente licenciada pelo Ministério das Comunicações, é necessário que a emissora regularize sua outorga original em AM 1500 kHz — ainda que não seja necessário retomar as transmissões em Ondas Médias. O processo de regularização está em tramitação.

  • 1520 kHz - Rádio Da Cidade: A emissora, controlada pelo Grupo Mundial de Comunicações, é marcada por constantes mudanças de identidade e projetos — uma característica comum às emissoras da empresa. Atualmente, opera como Rádio Da Cidade, na maior parte do dia com uma programação restrita a seleções musicais sertanejas, sem locutor, mesclando sucessos atuais e clássicos do gênero. Pelas manhãs, a emissora fica sob o comando do apresentador Ricardo Liel, direto do estúdio da emissora, na Av. Paulista. Em 15 de julho de 2024, estreou a estação migrante do AM, operando em FM 83,9 mHz, com sinal irradiado a partir da excelente Serra do Itapeti, em Mogi, enquanto a transmissão em AM 1520 kHz segue sendo feita da Vila Mogilar, na mesma cidade. No entanto, em 5 de dezembro de 2024 houve uma mudança significativa: a Rádio Da Cidade deu lugar à programação jovem da Rádio Apolo. A alteração, porém, durou pouco, visto que o projeto Rádio da Cidade foi retomado em 1º de março de 2025, seguindo no ar tanto em AM quanto em FM. A AM 1520 foi fundada em 1947, pela família Sales de Oliveira, com o nome de Rádio Marabá, a primeira emissora de Mogi das Cruzes. Marcou época com programas de calouros, radionovelas e jornalismo local. O nome faz referência ao local onde foi instalada: uma verdadeira ilha cercada pelo Rio Tietê. Com o tempo, os estúdios foram transferidos e a torre de transmissão instalada bem ao lado da Ilha Marabá, onde está até hoje. Na ilha hoje funciona um núcleo de educação ambiental. Em 1962, a emissora foi vendida a um grupo de empresários, entre eles Tirreno Da San Biagio, que mais tarde adquiriu a parte dos demais sócios. No final dos anos 1970, Tirreno rebatizou a estação como Rádio Diário de Mogi, mesmo nome de seu jornal. Em 2000, ele vendeu a rádio para investir na criação da TV Diário. Os novos proprietários da 1520 eram da família Abreu, que já comandava mais de uma dezena de emissoras em São Paulo. A partir daí, a tradicional 1520 passou a se chamar Rádio Iguatemi, nome herdado da emissora de Osasco, também do então chamado Grupo CBS. Dois anos depois, surgiu um novo projeto e a AM 1520 se tornou "Rádio News". Posteriormente, passou a operar como Rádio Da Cidade, com programação local e a presença de apresentadores. Atualmente, a Rádio Da Cidade está sendo transmitida em rede, pela AM 1520 e FM 83,9 (Mogi das Cruzes) e pela FM 99,1 (Itapevi).

  • 1540 kHz - Rádio Nova Difusora: Já concluiu seu processo de migração e opera somente em FM 79,9 mHz. Seu sinal de Ondas Médias foi desativado no fim de 2021. A Nova Difusora inaugurou uma torre de 100 metros em sua sede, no mês de julho de 2024, onde instalou uma nova antena e um novo transmissor, de maior potência. Sob o nome Rádio Difusora Oeste AM 1540 kHz, a emissora foi fundada em 1981, na cidade de Osasco, pelo empresário e ex-prefeito Francisco Rossi. Sua programação sempre foi voltada ao segmento popular, com forte presença em jornalismo local e esportivo — inclusive com coberturas tradicionais como Copas do Mundo. Atualmente, nos finais de semana, a Nova Difusora retransmite a programação da Rádio Transmundial, emissora cristã de alcance internacional com evangelização, ensino bíblico e conteúdo de inspiração espiritual, atuando no Brasil desde 1976.

    • 1570 kHz - Rádio ABC: Sediada em Santo André, a emissora integra a Rede ABC de Comunicação, dirigida atualmente pelo empresário Ivo Rocha, que também administra emissoras na região de Campinas. A ABC opera em sistema simulcast, ou seja, transmitindo simultaneamente em AM 1570 e FM 81,9. A estação de FM entrou no ar em março de 2023 e está levando o sinal da emissora para diversas cidades da Região Metropolitana, algo que seu sinal de AM não consegue fazer, devido as dificuldades físicas que a faixa enfrenta nos dias atuais. Ambos os sinais são irradiados de um mesmo ponto, onde uma torre de FM foi construída ao lado da estrutura de AM, em Santo André. A Rádio ABC combina jornalismo, opinião, música variada e programas de entretenimento voltados à realidade do Grande ABC. Fundada como Rádio Emissora ABC - AM 1570 kHz, sua história se entrelaça à da Rádio Energia 97 FM, que surgiu como a roqueira FM 97, em setembro de 1983, das mãos de José Antônio Constantino, que já operava a Rádio Emissora ABC. Com o tempo, a Energia 97 tornou-se referência nacional em música eletrônica e dance, enquanto a Rádio ABC manteve sua vocação informativa e comunitária. A ABC foi adquirida pelo empresário Ivo Rocha no fim dos anos 1990 e a Energia 97 está sob a direção do filho de Constantino.

    • 1600 kHz - Rádio 9 de Julho: Emissora oficial da Arquidiocese de São Paulo, a Rádio 9 de Julho segue como uma das mais tradicionais ainda operando em AM na capital. Em 2024, anunciou a aquisição de novos equipamentos de estúdio para elevar a qualidade de áudio e preparar a transição ao FM. Desde então, porém, nenhum novo passo concreto foi divulgado e a estação continua exclusivamente em Ondas Médias. A frequência reservada para a migração no FM estendido é 85,1 mHz. No desenho regulatório da Anatel, a 9 de Julho deverá operar no FM com 5 kW (Classe A4), potência que, por equivalência técnica, cobriria o mesmo contorno protegido de sua atual frequência em 1600 kHz — aproximadamente um raio de 24 km. O critério favorece AMs em frequências mais baixas (que possuem contornos maiores) e prejudica as mais altas. Por ser a última do dial, a 9 de Julho fica na menor classe do plano de migração. Para uma emissora de perfil comunitário e religioso, cujo propósito é alcançar o maior número possível de ouvintes, a limitação impõe um desafio relevante. Elevar a classe é possível, mas exige ajuste de outorga e o pagamento de taxa milionária ao governo federal — custo difícil para uma rádio sustentada por doações e que já precisa investir alto na nova planta de transmissão. Fundada em 1954 para divulgar as festividades do IV Centenário de São Paulo, a 9 de Julho estreou em 560 kHz (OM) e 5930 kHz (OC). Como se tratava de uma concessão temporária, órgãos públicos e diversas entidades ficaram interessadas em assumir as frequências de forma definitiva. A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, tentou transformar a 9 de Julho em rádio oficial. A outorga foi cedida pelo presidente Juscelino Kubitschek à Arquidiocese, por articulação de Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta e do então governador Jânio Quadros, com reinauguração realizada em março de 1956. Em 1973, durante o regime militar, a concessão foi cassada por motivos políticos. Apenas em 1996, com a anulação dos decretos, a rádio foi reabilitada e voltou ao ar em OM e OC (sem restituição de FM, que servia como enlace técnico), retomando seu papel religioso na capital.

    A migração do AM para o FM em São Paulo representa um marco técnico, cultural e estratégico na história da radiodifusão brasileira. O processo, iniciado oficialmente em 2021 com a abertura da faixa estendida, vem modificando o dial paulistano de forma profunda — ao mesmo tempo em que resgata marcas tradicionais, também desafia emissoras a se reinventarem frente a um público fragmentado e cada vez mais digital.

    O cenário atual revela um retrato híbrido: enquanto algumas rádios já consolidaram sua presença no novo espectro com propostas consistentes e alcance ampliado, outras ainda enfrentam entraves técnicos, burocráticos ou financeiros para dar o próximo passo. Casos de transições bem-sucedidas convivem com situações de frequência ociosa, projetos provisórios e até abandono de marcas históricas.

    O FM estendido, apesar de promissor, ainda sofre com a limitada presença de receptores compatíveis e com a visibilidade reduzida em relação ao dial convencional. A pressão por mudanças rápidas, somada à corrida por espaços de maior prestígio no espectro, vem gerando movimentações constantes — e, por vezes, confusas — entre grupos de comunicação, operadores independentes e entidades religiosas.

    O que se desenha é um ambiente de transição permanente, onde o futuro do rádio passa não apenas pela frequência, mas pela qualidade do conteúdo, capacidade de adaptação e conexão com as comunidades que cada emissora busca atender. O que está em jogo não é apenas um ajuste técnico: é a própria relevância do meio num novo tempo.

    Se a história do rádio paulista sempre foi marcada por inovação e resiliência, o que se vê agora é a continuidade dessa trajetória — reinventada em outra faixa, mas com os mesmos desafios essenciais: conquistar ouvidos, gerar impacto e permanecer presente no cotidiano da população.

    Em breve, o blog São Paulo Broadcast vai publicar um novo especial, desta vez dedicado a retratar o panorama das rádios migrantes que operavam em Ondas Tropicais (OT) e Ondas Curtas (OC) na Região Metropolitana de São Paulo. O tema ganhou relevância a partir de um decreto assinado em 18 de outubro de 2023, que autorizou a migração facultativa dessas emissoras para a faixa estendida de FM, abrindo caminho para que antigas operações encontrem nova vida no dial. Aliás, você sabia que já está em operação uma migrante de Ondas Tropicais na cidade de São Paulo? Fique de olho!


    Comentários

    1. a Rádio Gazeta AM 890 FM foi devolvida a união, ficou apenas na webrádio Gazeta Online e na Gazeta FM 88.1 MHz

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